Transtornos Globais do Desenvolvimento (TGD)

Os Transtornos Globais do Desenvolvimento (TGD) são distúrbios nas interações sociais recíprocas que costumam manifestar-se nos primeiros cinco anos de vida. Caracterizam-se pelos padrões de comunicação estereotipados e repetitivos, assim como pelo estreitamento nos interesses e nas atividades.
Os TGD englobam os diferentes transtornos do espectro autista, as psicoses infantis, a Síndrome de Asperger, a Síndrome de Kanner e a Síndrome de Rett.

Transtorno do Espectro Autista (TEA)

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) engloba diferentes condições marcadas por perturbações do desenvolvimento neurológico com três características fundamentais, que podem manifestar-se em conjunto ou isoladamente. São elas: dificuldade de comunicação por deficiência no domínio da linguagem e no uso da imaginação para lidar com jogos simbólicos, dificuldade de socialização e padrão de comportamento restritivo e repetitivo.
 Também chamado de Desordens do Espectro Autista (DEA ou ASD em inglês), recebe o nome de espectro (spectrum), porque envolve situações e apresentações muito diferentes umas das outras, numa gradação que vai da mais leves à mais grave. Todas, porém, em menor ou maior grau estão relacionadas, com as dificuldades de comunicação e relacionamento social.

TIPOS DE AUTISMO


De acordo com o quadro clinico, o TEA pode ser classificado em:
  • Autismo clássico: Grau de comprometimento pode variar de muito. De maneira geral, os indivíduos são voltados para si mesmos, não estabelecem contato visual com as pessoas nem com o ambiente; conseguem falar, mas não usam a fala como ferramenta de comunicação. Embora possam entender enunciados simples, têm dificuldade de compreensão e apreendem apenas o sentido literal das palavras. Não compreendem metáforas nem o duplo sentido. Nas formas mais graves, demonstram ausência completa de qualquer contato interpessoal. São crianças isoladas, que não aprendem a falar, não olham para as outras pessoas nos olhos, não retribuem sorrisos, repetem movimentos estereotipados, sem muito significado ou ficam girando ao redor de si mesmas e apresentam deficiência mental importante;
  • Autismo de alto desempenho (também chamado de síndrome de Asperger): Os portadores apresentam as mesmas dificuldades dos outros autistas, mas numa medida bem reduzida. São verbais e inteligentes. Tão inteligentes que chegam a ser confundidos com gênios, porque são imbatíveis nas áreas do conhecimento em que se especializam. Quanto menor a dificuldade de interação social, mais eles conseguem levar vida próxima à normal.
  • Distúrbio global do desenvolvimento sem outra especificação (DGD-SOE): Os indivíduos são considerados dentro do espectro do autismo (dificuldade de comunicação e de interação social), mas os sintomas não são suficientes para incluí-los em nenhuma das categorias específicas do transtorno, o que torna o diagnóstico muito mais difícil.

Com relação à interação social, crianças com TGD apresentam dificuldades em iniciar e manter uma conversa. Algumas evitam o contato visual e demonstram aversão ao toque do outro, mantendo-se isoladas. Podem estabelecer contato por meio de comportamentos não-verbais e, ao brincar, preferem ater-se a objetos no lugar de movimentar-se junto das demais crianças. Ações repetitivas são bastante comuns.
Os Transtornos Globais do Desenvolvimento também causam variações na atenção, na concentração e, eventualmente, na coordenação motora. Mudanças de humor sem causa aparente e acessos de agressividade são comuns em alguns casos. As crianças apresentam seus interesses de maneira diferenciada e podem fixar sua atenção em uma só atividade, como observar determinados objetos, por exemplo.
Com relação à comunicação verbal, essas crianças podem repetir as falas dos outros - fenômeno conhecido como ecolalia - ou, ainda, comunicar-se por meio de gestos ou com uma entonação mecânica, fazendo uso de jargões.

Como lidar com o TGD na escola?

Crianças com transtornos de desenvolvimento apresentam diferenças e merecem atenção com relação às áreas de interação social, comunicação e comportamento. Na escola, mesmo com tempos diferentes de aprendizagem, esses alunos devem ser incluídos em classes com os pares da mesma faixa etária.
Estabelecer rotinas em grupo e ajudar o aluno a incorporar regras de convívio social são atitudes de extrema importância para garantir o desenvolvimento na escola. Boa parte dessas crianças precisa de ajuda na aprendizagem da autorregulação.
Apresentar as atividades do currículo visualmente é outra ação que ajuda no processo de aprendizagem desses alunos. Faça ajustes nas atividades sempre que necessário e conte com a ajuda do profissional responsável pelo Atendimento Educacional Especializado (AEE). Também cabe ao professor identificar as potências dos alunos. Invista em ações positivas, estimule a autonomia e faça o possível para conquistar a confiança da criança. Os alunos com TGD costumam procurar pessoas que sirvam como 'porto seguro' e encontrar essas pessoas na escola é fundamental para o desenvolvimento.


As características apresentadas

O ponto de partida para que possamos identificar o TGD em uma pessoa é a característica demonstrada. Há evidências que indicam a existência de que algo não está de acordo com a normalidade, vejam quais são elas:
  • Dificuldades na coordenação motora;
  • Estereotipias;
  • Falta de concentração;
  • Dificuldades de comunicação oral (nesses casos, a criança passa a se comunicar por meio de gestos);
  • Mudança repentina de humor;
  • Aversão ao toque;
  • Dificuldades para estabelecer contato visual;
  • Problemas para começar uma conversa;
  • Preferência pela não socialização e brincadeiras solitárias;
  • Ecolalia (quando a criança repete o que outra pessoa fala).
Percebe-se que muitos aspectos característicos esbarram na vida social do pequeno. Ao longo da primeira infância a criança vai apresentando tais sinais, que tornam a observação dos pais algo determinante para a procura de uma intervenção com especialistas.

No ambiente escolar

A sala de aula é um espaço propício para identificar o TGD em um aluno. Mesmo que cada estudante tenha o seu jeito, é muito provável que a educadora note alguma diferença com a criança sob o TGD: postura mais arredia, pouca comunicação, etc.
É importante que o profissional da educação tenha conhecimento do caso trazido pelo estudante para que a metodologia utilizada seja amplamente inclusiva.

Relembrando algumas informações

O Transtorno Global do Desenvolvimento (TGD) é considerado como um conjunto de distúrbios que influenciam as interações sociais. Primeiramente, uma pessoa com TGD pode ser diagnosticada como alguém que tenha autismo, pois os distúrbios do TGD são os mesmos apresentados pelo TEA, Transtorno do Espectro Autista. Além disso, considera-se outros transtornos como as psicoses infantis, a SÍNDROME DE RETT, a SÍNDROME DE ASPERGER e a SÍNDROME DE KANNER.

Quando procurar auxílio profissional?

A partir do momento em que vocês percebem algum desses sinais no comportamento da criança. Vale ressaltar, porém, que as intervenções são graduais, pois é imprescindível que o médico acompanhe o passo a passo do pequeno, assim como outros profissionais.
O fato de reconhecer o TGD na criança representa um passo importante na vida do pequeno, pois com base nos tratamentos pelos quais a criança passará, a equipe de especialistas pode direcionar quais as próximas etapas necessárias para a evolução da pessoa com o ambiente que a cerca.

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